Não é exagero dizer que bilhões de pessoas estão sofrendo com a pandemia de Coronavírus. Mas o grupo que atua na linha de frente precisa redobrar os cuidados com a saúde mental.
Os profissionais da linha de frente da pandemia pertencem ao grupo das pessoas mais vulneráveis ao sofrimento e à perda, e por isso precisam ter atenção à saúde mental.
Saúde mental dos profissionais da linha de frente
Se para ninguém está fácil cuidar das saúdes mental e emocional, imagine para aqueles que atuam diretamente com os doentes.
Não é fácil ver pessoas perdendo a vida todos os dias.
O profissional talvez sinta que seu trabalho é insuficiente, ou que não está mais dando conta de exercer sua atividade plenamente.
Seja pelo número excessivo de pacientes, seja pela falta de materiais e equipamentos, há atualmente a sensação de queda na qualidade dos serviços prestados.
A saúde no Brasil, naturalmente cara e restrita, está sofrendo ainda mais, aquilo que muitas vezes parece um golpe mortal.
Para os profissionais da linha de frente da saúde está se tornando insuportável ver, rever e viver diariamente pessoas agonizando.
Faltam leitos, faltam vagas, faltam equipamentos de respiração, sobram pacientes que lotam as UTIs.
Não há vacinas suficientes para acabar com o mal que está destruindo vidas, saúde e, muitas vezes, tirando a esperança.
Impactos recorrentes entre os profissionais da linha de frente
Independentemente da área de atuação, todos os profissionais da linha de frente sofrem impactos severos.
Sejam médicos, enfermeiros, infectologistas, motoristas de ambulância. Todos podem ser, de uma ou de outra forma, e em intensidades distintas, acometidos pelo mesmo mal.
São muitos os impactos mais recorrentes entre os profissionais que atuam na linha de frente do combate ao Coronavírus.
Entre as reclamações mais frequentes, estão:
- Estresse
- Pressão de lidar com o ofício
- Medo do risco de adoecer
- Turnouver
- Síndrome de burnout
- Ansiedade
- Depressão
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou sobre a vulnerabilidade a que estão expostos esses trabalhadores da linha de frente.
Outra preocupação é com o elevado número de profissionais enfermos e que estão morrendo vítimas da Covid-19.
Esses números chocam a população e impactam governos, já que toda a população depende deles para receber a cura e o tratamento.
Porém, como já descrito, não é somente a Covid-19 que enferma os profissionais da linha de frente.
Há outros males, igualmente prejudiciais, que cooperam negativamente para o surgimento de síndromes e quadros comprometedores de saúde mental.
Os desafios que esses profissionais enfrentam são inúmeros, e colaboram para drenar a saúde mental:
- Sobrecarga de serviço
- Escassez de recursos humanos e materiais
- Incerteza da eficácia de tratamentos utilizados
- Preocupação com o gerenciamento da própria saúde
- Atenção com a saúde de seus familiares e pacientes
Como devem agir os profissionais da linha de frente?
A manutenção ou restauração da saúde mental e da saúde emocional dos trabalhadores da linha de frente deve ser motivo de atenção para toda a sociedade.
Situações de solidariedade e movimentos ou palavras de gratidão pelo trabalho executado por esse grupo pode ser uma poderosa ferramenta de ajuda.
A cobrança por parte da população para que governos e empresas colaborem com esses trabalhadores também é extremamente benéfica.
Para amigos e familiares de médicos e enfermeiros, a dica é saber ouvir. A escuta ativa e sem julgamentos traz sensação de alívio e alento.
O acompanhamento com um profissional de saúde mental é outro fator indispensável para os trabalhadores da linha de frente.
Aprender a cultivar a resiliência pode ter um impacto positivo e transformador para os indivíduos desse grupo.
Psicólogos e demais profissionais da saúde mental estão à disposição para ajudar naquilo que for necessário.
Toda a sociedade, cada um de nós, depende da qualidade de vida e da garantia do bem-estar emocional e da saúde mental dos profissionais da linha de frente do combate ao Coronavírus.
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